O fenômeno conhecido como "Chuva Preta" foi registrado e poderá se intensificar no Rio Grande do Sul devido à chegada de uma frente fria. Com isso, auemnta os riscos de exposição a poluentes tóxicos para os habitantes das regiões norte e noroeste do estado.
A “Chuva Preta” ocorre quando partículas de fuligem, oriundas da queima de biomassa em incêndios, se misturam ao vapor d'água, condensando-se e resultando em precipitações contaminadas. Com base nas últimas análises, o governo estadual, em conjunto com o Ministério da Saúde e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), emitiu alertas sobre a má qualidade do ar, principalmente para esta sexta-feira(13), que foi classificado como o mais crítico.
O fenômeno meteorológico, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), é agravado pelas condições instáveis nos altos níveis da atmosfera, onde ventos fortes, com rajadas de até 60 km/h, têm potencial para provocar pancadas de chuva moderada a forte. A situação já levou à emissão de dois alertas de "risco potencial" no estado, com exceção da região norte, próxima à divisa com Santa Catarina. O monitoramento das condições atmosféricas tem sido intensificado, principalmente após a classificação da qualidade do ar em Passo Fundo como "insalubre", conforme avaliação de uma agência internacional suíça.
A Fepam informou que o aumento nas concentrações de material particulado inalável, um dos principais responsáveis pela degradação da qualidade do ar, atinge níveis preocupantes, trazendo à tona a necessidade de cuidados redobrados com a saúde da população. A "Chuva Preta" carrega contaminantes prejudiciais à saúde, com potencial para agravar doenças cardiopulmonares, provocar câncer de pulmão e até mesmo causar mortes prematuras, segundo especialistas da Vigilância em Saúde Ambiental e Qualidade do Ar (VIGIAR).
O governo recomenda uma série de precauções à população, com foco especial nos grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas. Entre as principais medidas, destacam-se o monitoramento constante das condições meteorológicas e da qualidade do ar, o aumento da ingestão de líquidos para manter as vias respiratórias hidratadas e a redução da exposição a ambientes externos, especialmente durante os picos de poluição. O uso de máscaras, principalmente as de maior proteção, como N95 ou PFF2, é indicado para pessoas que residem ou trabalham próximas a áreas de queimadas.
Diante dos riscos, o governo reforça a importância de evitar atividades físicas ao ar livre e manter portas e janelas fechadas para minimizar a entrada de partículas nocivas.
O fenômeno da Chuva Preta também foi registrado em Palmitinho, chamando a atenção de moradores devido à coloração escura da água da chuva e o odor presente na água acompanhada de foligens das queimadas.