O ano de 2024 entrou para a história como o mais quente já registrado, com a humanidade enfrentando, em média, 41 dias a mais de calor extremo devido às mudanças climáticas, segundo um relatório do World Weather Attribution (WWA) e da Climate Central. Em algumas regiões, como áreas próximas à linha do Equador, esse número chegou a ultrapassar 150 dias extras.
Os dados evidenciam a ameaça crescente à saúde pública e ao meio ambiente. Ondas de calor, secas severas, incêndios florestais, oceanos mais quentes e tempestades devastadoras ocorreram com maior frequência. Dos 29 eventos climáticos extremos analisados em 2024, 26 foram associados diretamente às mudanças climáticas provocadas pela ação humana. O fenômeno El Niño também contribuiu, mas de forma menos intensa.
Comparação com Décadas Anteriores
Os cientistas basearam suas conclusões em uma análise comparativa das temperaturas diárias medidas em 2024 com os dados registrados entre 1991 e 2020. Os métodos empregados, amplamente reconhecidos por especialistas, destacam como o aquecimento global está alterando padrões climáticos de maneira significativa.
As regiões mais afetadas incluíram pequenos Estados insulares em desenvolvimento e áreas equatoriais, que enfrentaram os maiores aumentos nos dias de calor extremo. Além disso, o aumento global de temperatura está acelerando crises como secas, incêndios florestais e o aquecimento dos oceanos, impactando ecossistemas e economias em escala mundial.
Superação da meta do Acordo de Paris
Os resultados de 2024 soam como um alerta global: o limite de 1,5°C de aquecimento médio global, estabelecido pelo Acordo de Paris em 2015, está prestes a ser ultrapassado. Embora ainda seja possível evitar que esse aumento se torne permanente, os cientistas alertam para a necessidade urgente de reduzir emissões de gases de efeito estufa para conter consequências mais graves e irreversíveis.