Delegado detalha os desdobramentos de caso de feminicídio em FW
Prisão de suspeito de matar companheira é concluída com sucesso após intenso trabalho policial
Publicado em 23 de janeiro de 2025
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A Polícia Civil, em conjunto com a Brigada Militar e apoio da Polícia Militar de Santa Catarina, conseguiu prender nesta terça-feira(21), o principal suspeito de um feminicídio que chocou a cidade de Frederico Westphalen. O crime ocorreu na noite do dia 16 de janeiro, quando uma mulher foi encontrada sem sinais vitais na varanda de sua residência, na linha Brondani, interior do município. O caso, que gerou grande repercussão, foi detalhado em entrevista com o delegado Jacson Oiliam Boni, que esteve à frente das investigações.

A vítima, de acordo com Boni, apresentava múltiplas lesões, tanto recentes quanto antigas, o que indicava que ela vinha sofrendo violência doméstica há algum tempo. O suspeito, seu companheiro, não foi encontrado no local do crime e fugiu antes da chegada das autoridades.

– O cenário do crime era brutal, com manchas de sangue espalhadas pela residência e vários móveis revirados. Isso indicava uma situação de violência extrema, com uma vítima que já sofria agressões há muito tempo –, afirmou o delegado.

Investigações revelaram que o homem, já preso em 2022 por tortura contra a mesma vítima, havia sido liberado em 2023, quando a mulher decidiu retornar à convivência com ele. Contudo, a violência doméstica continuou, culminando no feminicídio. A polícia apurou que, apesar das denúncias anteriores e da prisão do agressor, a mulher nunca havia solicitado uma medida protetiva contra ele.

A fuga do suspeito, após o crime, gerou uma intensa busca por parte das forças de segurança. No sábado, ele foi localizado em uma área de mata, mas conseguiu escapar das equipes.

– A perseguição foi difícil, pois ele conhecia bem o local, mas nossa equipe não desistiu. Graças ao esforço conjunto, conseguimos capturá-lo ontem, em Santa Catarina, onde ele foi encontrado com a colaboração das polícias estaduais –, explicou Boni.

85% das vítimas de feminicídios foram assassinadas por seus companheiros

O delegado também destacou o alto índice de feminicídios cometidos no Brasil e, especialmente, no Rio Grande do Sul, onde, no ano passado, 85% das vítimas de feminicídios foram assassinadas por seus companheiros ou ex-companheiros.

– Infelizmente, casos como esse são mais comuns do que gostaríamos. A maioria dos feminicídios ocorre no ambiente doméstico, e a denúncia da vítima ou de um familiar é fundamental para evitar tragédias como essa –, alertou o delegado.

Boni enfatizou a importância das medidas protetivas, destacando que muitas vítimas não buscam ajuda por medo ou dependência emocional, o que aumenta as chances de um desfecho fatal. "A medida protetiva é uma ferramenta crucial na proteção das mulheres. No entanto, é preciso que a vítima tome a coragem de denunciar, seja por si mesma ou por meio de um familiar ou amigo", afirmou.

O delegado também reforçou a relevância do trabalho integrado entre a Polícia Civil, a Brigada Militar e as demais forças de segurança. "A cooperação entre as instituições é essencial para garantir que crimes como esse não fiquem impunes. Estamos empenhados em realizar nosso trabalho da melhor forma possível para proteger a comunidade e responsabilizar os criminosos", concluiu.

O inquérito policial segue em andamento e deve ser concluído em até 10 dias. A prisão do suspeito foi determinada pela Justiça com rapidez, e agora a polícia coleta mais provas para garantir que ele seja devidamente responsabilizado pelo feminicídio.

Fonte: Com informações LA+
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