O presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann, destacou que a entidade está entre as que estão trabalhando para que o produtor rural do Rio Grande do Sul seja atendido em sua solicitação de alongamento do prazo de pagamento de suas dívidas. Os agricultores gaúchos estão reivindicando junto à União, por meio de projeto de lei, o período de 20 anos para a quitação dos passivos por conta da frustração das colheitas impactadas pelos extremos climáticos no Estado.
A declaração foi realizada durante o lançamento de uma agenda institucional do cooperativismo gaúcho para 2025 realizado juntamente com a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop/RS), na terça-feira, dia 1º de abril, durante Café da Manhã no Salão Júlio de Castilhos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. No evento, Hartmann enfatizou a importância dos produtores rurais retornarem para a situação de adimplência e terem condições de efetivarem novos investimentos em suas propriedades.
“Sabemos que tem muito investimento a ser realizado, principalmente nos aspectos da resiliência climática, para nos adaptarmos a este novo momento. Antes disso, precisamos resolver o problema do passado, equacionar toda essa dificuldade do endividamento”, pontuou, citando que o Sistema Ocergs está, juntamente com o governo do Estado, Farsul, Fetag-RS e Fecoagro-RS trabalhando em conjunto para a concretização do alongamento da dívida na esfera federal.
Hartmann reforça que a solução, que poderá ser por meio do Fundo Social, proposta em articulação pelo governo gaúcho, ou securitização, é necessária para equacionar definitivamente a situação. O coordenador da Frencoop/RS, o deputado estadual Elton Weber (PSB), também enfatizou a urgência em resolver os passivos provocados pelas secas e enchentes.
“Precisamos restabelecer as condições para que as cooperativas continuem crescendo e colaborando como protagonistas para sustentação da economia gaúcha. Este parlamento é um parlamento cooperativo. De uma ou outra forma, diariamente, os 55 deputados estão trabalhando pelo cooperativismo”, declarou.
Participaram do evento o presidente da Assembleia Legislativa, Pepe Vargas (PT); o coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, Eduardo Queiroz; o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos; além de deputados estaduais e lideranças do setor.
Este ano foi declarado como o Ano Internacional das Cooperativas pela Organização das Nações Unidas (ONU). Conforme divulgado pelo Sistema Ocergs, as demandas das cooperativas gaúchas se constituem no acompanhamento da regulamentação da Reforma Tributária, da inclusão do seu portfólio de serviços no Plano Rio Grande e na abertura de mercados, entre outros.
Em seu discurso, o presidente da Assembleia Legislativa gaúcha, deputado Pepe Vargas, abordou a necessidade de eletrificação trifásica, essencial para a industrialização e agregação de valor à produção agrícola, entre outros itens da agenda institucional do cooperativismo gaúcho. No evento, propôs que prefeituras, cooperativas e o governo estadual trabalhem juntos para viabilizar soluções nesse quesito.
“Para além das competências legislativas que temos, constitucionalmente estabelecidas, a Assembleia Legislativa se caracteriza também por ser sempre um espaço de debate sobre diversos temas que a sociedade gaúcha levanta. E não é diferente com as questões do cooperativismo”, completou.
O sistema Ocergs conta com 370 cooperativas que possuem 3,8 milhões de associados e 76 mil empregados diretos, distribuídos nos sete ramos do cooperativismo: agropecuária, crédito, infraestrutura, saúde, trabalho, produção de bens e serviços, transporte e consumo. Atualmente, o setor representa 14% do PIB estadual, com faturamento de R$ 86,3 bilhões.
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