Mais Médicos resulta em economia de R$ 30 mi em internações no SUS
Pesquisa indica também redução na taxa de mortalidade infantil
Publicado em 09 de janeiro de 2024
Compartilhar
A- A A+

Em 10 anos, o programa Mais Médicos resultou em uma economia de R$ 30 milhões em internações por doenças evitáveis no SUS. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa da Universidade de Brasília, que analisou mais de 570 estudos sobre o programa, que começou a funcionar em 2013. 

O trabalho desses médicos nas comunidades contribuiu para evitar internações relacionadas, por exemplo, a diabetes, hipertensão, obesidades e infartos, como explica a pesquisadora da UnB, Leonor Santos. 

– Comparando a internações evitáveis nos municípios com médicos do Mais Médicos e municípios que não aderiram (ao programa), houve um impacto significativo, reduzindo as internações. O que quer dizer isso? Melhorou a qualidade de vida da população, que estava medicada, não precisou ser internada e continuou com seu processo produtivo, com sua vida familiar –, avalia a pesquisadora.

A pesquisa indica também uma redução na taxa de mortalidade infantil em municípios com índices elevados antes do programa. 

Além disso, o levantamento revela a satisfação da população com o atendimento dos médicos. O servidor público Jacques Silva conta como foi o atendimento, com profissionais do Mais Médicos, na Paraíba. 

– Fui atendido por um médico do programa Mais Médicos numa cidade do interior da Paraíba. Não era grave, foi em um posto de saúde, e o atendimento foi excepcional. O médico foi muito atencioso, o atendimento não é diferente do atendimento de um médico brasileiro. Os médicos cubanos, fui atendido por dois já, foram ambos bem atenciosos e bem competentes no que ofereceram como trabalho –, relata.

A pesquisa da Universidade de Brasília ainda analisou que a saída de mais de 8 mil médicos cubanos do programa, em 2018, impactou negativamente a assistência à população. Um dos dados é que 30% dos profissionais do Mais Médicos foram para localidades não prioritárias. E houve ainda a substituição indevida de 57% dos médicos contratados pelas prefeituras por profissionais do programa, como destaca a pesquisadora Leonor Santos. 

– Municípios que não eram prioritários receberam médicos. Se esse médico estivesse lá onde era mais preciso, o impacto seria maior. Outra coisa que também era proibido, mas que aconteceu, era que o gestor local demitia cinco médicos que estava lá, para receber do Mais Médicos. Não era permitido isso. O Mais Médicos era pra acrescentar equipes já existentes –, pondera.

No governo passado, o Mais Médicos foi substituído pelo programa Médicos pelo Brasil, que acabou diminuindo seu escopo de atuação. 

Em 2023, o governo federal relançou o Mais Médicos, que conta hoje com a atuação de mais de 28 mil profissionais pelo país. 

Fonte: LA+
Fotos
Comentários